Presidente do STF critica criminalização do aborto e julgamento não será pautado; ação ‘perversa’ e ‘equivocada’

Para o ministro, “ninguém é a favor do aborto” e o Estado tem o papel de evitá-lo

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, classificou como “equivocada” e “perversa” a política de criminalização do aborto, durante entrevista no programa Roda Viva, nesta segunda-feira (10/6). Para o ministro, “ninguém é a favor do aborto” e o Estado tem o papel de evitá-lo.

– Ninguém é a favor do aborto, tanto que o papel do estado é evitar que ele aconteça, dando educação sexual, contraceptivos e amparando a mulher que deseja ter o filho estando em situações adversas, porém, nada disso se confunde com querer prender a mulher que tem a circunstância de fazer – comentou.

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Barroso diz ainda que “praticamente nenhum país democrata e desenvolvido do mundo adota como política pública a criminalização”.

Em sua avaliação, continuar com o aborto como crime não diminui o número de procedimentos, “apenas impede que ele seja feito de uma maneira segura”.

– A criminalização ainda tem um subproduto que é penalizar as mulheres pobres que não podem usar o sistema público de saúde, portanto é uma política pública equivocada e perversa – disse o presidente do STF. Ele salientou também que que não pretende pautar o julgamento em breve.

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– Uma Suprema Corte não pode estar totalmente dissociada do sentimento social (…) Faço esse esforço de levar ao debate público, e espero que [a questão] possa amadurecer para levar a julgamento.

Barroso suspendeu o julgamento em setembro do ano passado, sem data para retorno. O único voto até o momento é da ex-ministra Rosa Weber, que defendeu a descriminalização dias antes de se aposentar.

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