ONG aciona justiça por novela ‘Renascer’ naturalizar relação amorosa entre a representação de pai e filha

Novela ainda causa polêmica com ‘pastor ostentação’ e apologia ao incesto; “estelionato espiritual deve ser combatido”

A novela Renascer, da TV Globo, tem causado polêmica. Com diabo preso em garrafa, “pastor ostentação”  e apologia ao incesto, motivou, inclusive, uma interpelação judicial da associação civil Vozes de Anjos contra a emissora.

Segundo a ONG, que atua na “defesa dos interesses de mães, crianças e adolescentes”, a novela naturaliza uma relação amorosa entre a representação de pai e filha dos personagens José Inocêncio (Marcos Palmeira) e Mariana (Theresa Fonseca), o que seria um crime contra crianças e adolescentes.

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João Pedro (Juan Paiva), filho de Inocêncio, apaixonou-se por Mariana e a levou para morar na fazenda do pai, em quem a moça passou a investir.  “Será que posso lhe chamar de painho? Quero que o sinhô seja o painho que nunca tive”, diz a personagem. No dia 17 de fevereiro, foi ao “ar” o casamento entre eles.

“Na novela, tem-se a exposição de um relacionamento amoroso/sexual entre duas pessoas que representam figuras paterno/filiais, (…) [que deve ser] compreendida como uma narrativa que fomenta a cultura do incesto paternal no Brasil, banalizando-a. (…) [É] importante ressaltar que mesmo depois de casada a personagem Mariana trata o marido como ‘painho’”, disse o advogado Carlos Nicodemos, representante da “Vozes de Anjos”.

Estelionato espiritual ::::: Outra narrativa um tanto quanto polêmica é a presença de um “pastor ostentação”, interpretado por Breno da Matta, que, além de abordar a apropriação da tecnologia pela igreja, traz uma crítica ao uso da teologia da prosperidade, que promete recompensas materiais em troca de doações.

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A Revista Comunhão ouviu Rodolfo Capler, que é pastor e escritor dos livros “Geração Selfie”, “O País dos Evangélicos” e “Projeto de Poder”. Para o teólogo, a novela retrata uma triste realidade do evangelicalismo brasileiro, mas é necessário ponderar alguns fatores.

“A emissora revela certo preconceito aos evangélicos, pois insiste em mostrar o lado negativo do segmento. No contraponto, as igrejas evangélicas são responsáveis pela promoção da igualdade de gênero e pelo aumento da escolarização das classes mais pobres, entre outros fatores sociologicamente positivos”, afirma o teólogo.

Segundo Rodolfo, a maior arma contra o estelionato espiritual é a busca pelo conhecimento bíblico-teológico, e a denúncia dessas práticas.

“Quando a igreja fala em nome dos mais vulneráveis, ela fala em seu próprio nome. É importante frisar que a igreja não deve se envolver com a política eleitoral. Ela não pode ter compromisso com projetos políticos e ideológicos, ou seja, ela não deve pautar a política, nesse sentido”, completa o pastor, que defende que os temas sociais devem ser tratados de maneira lúcida, bíblica e séria nas igrejas.

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