
Redes sociais e influenciadores digitais impulsionam o comércio de roupas que antes eram consideradas apenas para “crentes”, mas que hoje já estão sendo consumidas por não evangélicas
As “roupas de igrejas”, antigamente segregada às evangélicas, agora ultrapassa a porta dos templos e alcança um nicho de mercado que vai além do consumo apenas às mulheres cristãs. É isso que aponta uma pesquisa da Associação de Empresas e Profissionais Evangélicos do Brasil (Abrepe) ao constatar que o mercado consumidor varejista voltado aos crentes movimenta mais de R$ 21,5 bilhões por ano.
Aliado ao crescimento acelerado dos evangélicos no Brasil, que já atinge 30% da população (IBGE) já era de se esperar que o seu estilo de vida também ganhasse força. O mercado consumidor varejista voltado aos crentes alcança cifras bilionárias. Curiosamente, dados do Sebrae mostram que 10% das mulheres que consomem a moda das “roupas de igrejas” não são evangélicas.
A roupa nada mais é do que uma forma de expressão. É a comunicação do que sou e quero passar por meio do que estou usando
E essa tendência deve crescer ainda mais, visto que o público que costuma ditar tendências, no caso os jovens brasileiros com até 30 anos de idade, já são maioria no país (30%), conforme estudo da Global Religion 2023, realizada pelo Instituto IPSOS.
Mas, será que o aumento da moda entre as evangélicas não pode ofuscar a presença de Deus e do Espírito Santo? A influencer e jornalista amazonense, Katiana Pontes, acredita que, a dita ‘mulher virtuosa’ deve adequar seu estilo às tendências do mercado sem perder sua essência cristã e a forma de como se apresenta na igreja.
“A roupa nada mais é do que uma forma de expressão. É a comunicação do que sou e quero passar por meio do que estou usando. Ela acaba sendo uma identidade minha, principalmente quando vou à Casa do Senhor”, exemplifica
Para Katiana, é possível fazer adaptações da moda secular para tornar a mulher cristã estilosa por meio de sua aparência e comportamento pessoal. “Essas adaptações não são fáceis, mas eu procuro fazê-las de modo a não me vestir de forma careta, cafona ou ultrapassada dentro de uma realidade gospel com uma moda cristã em acessão”, pondera a jornalista.
Aliás, esse é um ponto bem frisado pela influencer no que diz respeito, justamente, ao modo como a mulher deve se apresentar na igreja. Ela compara a primeira impressão da roupa com a leitura que se pode fazer a partir dos trajes que elas estão usando.
“Eu não posso ser considerada uma mulher cristã se eu não zelar pelo ‘templo do Espírito Santo’. Não tem como usar decotes ou roupas que não caracterizam à semelhança que devo ter o meu Deus. Mas, que semelhança eu teria com Ele me vestindo de uma forma vulgar e com algo que não comunica o que a Bíblia diz para eu ser. Ao vestir uma roupa a primeira coisa que você de perguntar é: estou agradando ao meu Deus? O Espírito Santo estaria confortável em seguir comigo vestindo essa roupa?”, questiona a jornalista.
SEM ESCRAVIDÃO – E, olha que Katiana Pontes traz esses ensinamentos desde a infância quando já escolhia um vestido para cada culto que participava. “Aprendi desde bem cedo que ir à Casa do Senhor era como se eu estivesse indo encontrar uma autoridade. E, de fato é isso mesmo. Ir à igreja é se encontrar com uma autoridade muito grande, um rei. Então, não posso deixar de me vestir adequadamente, não poderia ser de qualquer jeito, largada”, comenta.
Eu não posso ser considerada uma mulher cristã se eu não zelar pelo ‘templo do Espírito Santo’. Não tem como usar decotes ou roupas que não caracterizam à semelhança que devo ter o meu Deus
A influencer acrescenta que estar na moda “não pode ser algo que vai te escravizar”. Ela conclui: “Não precisa está ‘montada’ na maquiagem, mas é preciso passar uma base na pele e um blush para tirar a “cara de doente”. Esses cuidados, de maneira alguma, vão retirar a presença e o poder de Deus na vida da mulher”.
Fonte: Com informações da Revista Fórum