
Ainda repercute negativamente no meio cristão as falas do Pr. Aldery Rocha proferidas contra a dignidade das mulheres durante um culto realizado na Igreja Assembleia de Deus do Belenzinho, em São Paulo. Na ocasião ele afirmou que, se o marido pedir “a esposa deve se rastejar”.
“Mulher tem ruga, tem espinha nessa cara, ‘tá’ buchuda, vamos tirar esse bucho? Vamos arrumar essas unhas? Vamos pentear esse cabelo? Vamos arrumar essa pele? Vamos dar um jeito nessa voz? Vamos alegrar essa alma? A pior desgraça é uma esposa triste, teimosa! Você quer manter seu casamento? Não teima com seu marido, mulher. Se ele disser ‘rasteja aí, rasteje!’”, disse ele.

Contrário a esse posicionamento, o Pr. Jimnykar Jerônimo, do Ministério Íntima Compaixão, em Manaus, afirma que a esposa deve, sim, ser submissa ao marido, mas com base no amor. Ele sustenta seu comentário ao citar a passagem descrita em Efésios 25 a 33, onde a Bíblia explicita a submissão vinculada ao amor: “Portanto, cada um de vós amai sua esposa como a si mesmo”.
“Esse versículo me faz lembrar um ditado popular: o que eu não quero para mim, não tenho que querer para os outros. Se a palavra do Senhor diz que devo amar a minha esposa como Cristo ama a igreja (v.25), é de simples compreensão pensar que Ele jamais vai querer que eu trate a igreja/esposa diferente da forma como ele trata, com amor”, justifica.
Para o pastor, ao invés de um marido exigir submissão da esposa por meio da imposição, ele deve tê-la nos seus braços, ao seu lado. “Da minha parte não vejo que eu estaria declarando que amo a minha esposa ao vê-la se rastejando diante de mim. Pelo contrário, devo conduzi-la aos meus braços. Esse é o verdadeiro amor de Cristo, que nos quer em seus braços”, ensina.
MARIDO NÃO É UM “REIZINHO” – Já para a Pra. Lúcia Pedrosa, líder da Rede da Família do MIR Centro-Sul, também em Manaus, a submissão não significa que a mulher é menor. “Ser submissa ao marido é entender que a esposa o ama e que ela vai facilitar o cumprimento de sua missão como ajudadora. Jamais o marido vai pedir para que ela se rasteje como um capacho dele. Ele não é um ‘reizinho’ para ter tudo o que quer”, pondera a pastora.
RETRATAÇÃO – Quem saiu em defesa do Pr. Aldery Rocha foi o presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), Pastor José Wellington Junior. Ele utilizou o púlpito da sua igreja para fazer uma retratação, pedindo perdão aos membros da denominação a respeito da ministração de Aldery. O líder religioso deu a entender que não esperava que o pastor, com a formação teológica que possui, fosse fazer declarações tão impróprias.