Billy Graham registrou encontros com a rainha Elizabeth II: “Muito interessada na Bíblia”

Billy Graham com a rainha Elizabeth II em 1989

rainha Elizabeth II, que morreu no último dia 8 de setembro, aos 96 anos, em seu castelo em Balmoral, na Escócia, nutria amizade e respeito por Billy Graham há longos anos. Os encontros de fé entre ambos foram registrados no livro de memórias do evangelista, intitulado “Just As I Am” (Assim como eu sou, em tradução livre).

Em diversas oportunidades, Graham e sua esposa Ruth visitaram a família real em Londres, onde a Associação Evangelística Billy Graham tem uma sólida história ministerial.

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“Ninguém na Grã-Bretanha foi mais cordial conosco do que Sua Majestade a Rainha Elizabeth II”, escreveu Billy Graham em sua autobiografia. “Quase todas as ocasiões em que estive com ela foram em um ambiente acolhedor e informal, como um almoço ou jantar, sozinho ou com alguns membros da família ou outros amigos íntimos.”

Falecido em 21 de fevereiro de 2018, Billy Graham registrou algumas de suas memórias sobre a rainha em sua autobiografia.

evangelista americano contou que a posição oficial da monarca a impediu de endossar abertamente reuniões da Cruzada. “Mas ao nos receber e me fazer pregar em várias ocasiões para a família real em Windsor e Sandringham, ela se esforçou para apoiar silenciosamente nossa missão”, revelou.

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Interessada na Bíblia

Graham relatou que certa vez, “ao visitar a família real em Sandringham, em 1984, Ruth e eu passamos por uma mulher vestindo uma velha capa de chuva, botas de borracha e um cachecol; ela estava inclinada para preparar comida para os cachorros. A princípio pensamos que ela era uma das governantas, mas quando ela se endireitou, vimos que era a Rainha!”.

Graham registrou que sempre achou a rainha muito interessada na Bíblia e em sua mensagem. “Depois de pregar em Windsor em um domingo, eu estava sentado ao lado da rainha no almoço. Eu disse a ela que estava indeciso até o último minuto sobre minha escolha de sermão e quase preguei sobre a cura do homem aleijado em João 5”, escreveu.

O pastor disse que os olhos de Elizabeth II brilharam e demonstrou grande entusiasmo, como fazia de vez em quando. “Eu gostaria que você pregasse!”, ela exclamou. “Essa é minha história favorita.”

A fé de uma mãe

Para Billy Graham, havia uma razão para o interesse espiritual da rainha pela Palavra de Deus, que foi “a fé calorosa de sua mãe, Sua Majestade a Rainha Elizabeth, a Rainha Mãe.”

“A primeira vez que estivemos com ela foi na Clarence House, sua residência em Londres. Ela convidou Ruth e eu para um café e, quando chegamos, ela nos cumprimentou calorosamente e nos apresentou à princesa Margaret. Ficamos lá cerca de uma hora e, em cinco minutos, nos sentimos relaxados porque ambos foram muito gentis”, lembrou Graham.

Ele disse ainda que rainha-mãe o havia impressionado com sua sensibilidade. “Lembro-me de como fiquei nervoso na primeira vez que preguei em Windsor, e depois fomos ao alojamento da rainha-mãe para uma pequena recepção. Eu estava conversando com ela e a princesa Margaret quando nos ofereceram bebidas. A rainha-mãe me viu hesitar um pouco e imediatamente disse: ‘Acho que vou tomar suco de tomate’. Eu disse que queria o mesmo. Acredito que ela percebeu que eu provavelmente não tomaria nenhuma bebida alcoólica e agiu instantaneamente para evitar qualquer desconforto de minha parte.”

“Mas, mais do que tudo, a rainha-mãe sempre me impressionou com sua fé tranquila, mas firme”, escreveu. “A última vez que preguei em Windsor, quando entrei, a vi sentada à minha direita, com outros membros da família real. Ela deliberadamente chamou minha atenção e gesticulou levemente para que eu soubesse que ela estava me apoiando e orando por mim.”

Condolências

Frank Graham também relembra fatos protagonizados pela rainha que o marcaram, especialmente no falecimento de seu pai:

“Quando meu pai, Billy Graham, faleceu há quatro anos, tive a honra de receber uma carta de condolências de Sua Majestade a Rainha Elizabeth II. Apreciei a amizade entre a rainha e meu pai porque foi construída sobre um amor compartilhado por Jesus Cristo e a crença na Palavra de Deus.”

Ele afirma que a rainha nunca foi tímida ao compartilhar sua fé cristã. Ela disse uma vez: “Sei o quanto confio em minha fé para me guiar nos bons e nos maus momentos”.

Segundo o Pr. Frank, “a rainha e meu pai estavam ambos comprometidos com Cristo, mas viviam a milhares de quilômetros um do outro. Parecia improvável que o menino da fazenda da Carolina do Norte conhecesse Sua Majestade, mas quando Deus os reuniu, uma amizade única foi formada”.

Em 1955, Ruth e Billy Graham estavam em Glasgow para uma Cruzada de seis semanas, e a BBC transmitiu a mensagem de Sexta-Feira Santa do evangelista para todo o país. A rainha Elizabeth II e o príncipe Philip estavam entre os milhões que sintonizaram para ouvir Billy Graham compartilhar o Evangelho de Jesus Cristo.

“Pouco depois dessa transmissão, meu pai recebeu uma nota especial do Palácio de Buckingham convidando-o a pregar no Castelo de Windsor. Assim, em 22 de maio de 1955, meu pai fez um sermão para a rainha e o duque de Edimburgo na capela da Royal Lodge. Depois, meus pais se juntaram a Sua Majestade e ao Duque de Edimburgo para o almoço”, contou Frank.

“Esta foi a primeira vez que meus pais conheceram a rainha, mas certamente não foi a última. A rainha Elizabeth era uma mulher de fé sincera e encontrou um amigo inabalável em meu pai, o evangelista. Eles se encontraram pelo menos uma dúzia de vezes nas três décadas seguintes no Reino Unido, na Casa Branca e na Califórnia”, revelou.

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