Carlos Moysés, do Voz da Verdade, diz que o Espírito Santo morreu na cruz, mas ‘visão unicista’ é contestada

Teólogo Rodrigo Silva, autor de “O Cristão e a Política”, refuta a declaração do pastor e explica os fundamentos da doutrina cristã da Trindade, rejeitada pelo unicismo. (Foto: Reprodução)

O pastor Carlos Moysés, do Ministério Voz da Verdade, gerou polêmica ao participar de um debate na Rádio Musical FM, onde defendeu o unicismo, doutrina central de sua denominação. Durante o programa, que viralizou nas redes sociais, o pastor afirmou que não foi Jesus quem morreu na cruz, mas sim o Espírito Santo. A declaração gerou reações e foi contestada por teólogos e líderes religiosos.

A revista Exibir Gospel conversou com o teólogo Rodrigo Silva, autor de “O Cristão e a Política”, que refutou a declaração e explicou os fundamentos da doutrina cristã da Trindade, rejeitada pelo unicismo. Segundo Silva, o unicismo “é uma doutrina que entende que Deus é apenas um, negando a Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo). Ela declara que Deus trabalha de diferentes ‘modos’, podendo se manifestar ora como Pai, ora como Filho, ora como Espírito, mas sendo a mesma pessoa. Também é conhecida como modalismo”.

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Rodrigo destacou que o modalismo foi condenado pela igreja cristã ainda no século II d.C. e apontou passagens bíblicas que, segundo ele, refutam a visão unicista. “Passagens como Gênesis 1.26; 3.22; 11.7; Salmo 2.7; 104.30; Mateus 3.16-17; João 14.16 mostram duas ou três pessoas da Trindade interagindo ao mesmo tempo, o que contradiz a visão modalista”, afirmou o teólogo.

Em sua explicação, Silva ressaltou a distinção entre as três pessoas da Trindade e seus papéis no plano de salvação. “A doutrina da Trindade ensina que cada pessoa divina tem um papel diferente. No caso da soteriologia (salvação), por exemplo, Deus Pai planejou, Jesus tornou isso possível ao se entregar na cruz, e o Espírito Santo é quem convence, regenera e capacita o homem a crer”, explicou.

Sobre a declaração do pastor Carlos Moysés, Rodrigo Silva reforçou que Jesus, enquanto encarnado, foi o único que pôde morrer na cruz. “O Espírito Santo, assim como Deus Pai e Jesus, não pode morrer, pois é Deus. Jesus veio à terra num corpo encarnado, como o nosso, e, assim, pôde morrer. Mas esse corpo foi ressuscitado e glorificado, vencendo a morte e trazendo a esperança de que nós também ressuscitaremos”, completou.

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A interpretação de Atos 20:28, utilizada como base para a declaração do pastor, também foi refutada. Silva explicou que o texto bíblico, em contexto, se refere a Jesus como o responsável pela compra da igreja com seu sangue. “A igreja pertence a Cristo, pois fomos comprados por Seu sangue (1 Pedro 1.18-19). Então, baseado no contexto da Bíblia, a frase ‘a igreja de Deus que Ele comprou com o Seu próprio sangue’ também confirma que Jesus é Deus”, concluiu, citando João 1.1-5.

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