
O governo de Ruanda continua fechando milhares de igrejas, em uma ação de repressão à fé que iniciou no final de julho. Segundo o Religion News Service, o número de templos fechados já chegou a quase 10.000. Só no mês de agosto foram mais de 5 mil igrejas fechadas.
As autoridades estão usando o pretexto de proteger os cidadãos de abusos pastorais e locais sem segurança para reprimir o cristianismo no país africano. O governo alegou que os locais de culto barrados estavam fora das exigências de funcionamento, estabelecidos por leis em 2018.
A lei exige que os líderes religiosos tenham diploma de teologia, que as igrejas se registrem no governo e que tenham declarações de fé esclarecendo sua doutrina. As declarações das denominações precisam ser enviadas ao Conselho de Governança de Ruanda, a agência governamental que regula as casas de culto e outras organizações.
Igreja transformada em mesquita: Segundo o Dr. Stephen Isaac, vice-presidente de Assuntos Acadêmicos do Instituto Bíblico Totalmente Equipado, a regulamentação gerou uma crise grave para a Igreja ruandesa.
“Quase todos os pastores com quem falei estão profundamente preocupados e a maioria sofreu perseguição, incluindo um pastor cujo prédio foi apreendido e convertido em mesquita. O que os governos estão exigindo resultará no fechamento de igrejas em toda a África”, alertou ele.
Isaac observou que os pastores não conseguem cumprir as exigências por falta de recursos financeiros para frequentar uma faculdade de teologia. Já os pastores de áreas rurais não podem deixar suas igrejas, famílias e o trabalho para estudar.
O Instituto Bíblico Totalmente Equipado, uma universidade cristã com sede nos Estados Unidos, está oferecendo bolsas acadêmicas e acesso on-line para líderes obterem diplomas de bacharel, com o objetivo de evitar o fechamento de mais igrejas.