
No contexto pastoral, pode ser desenvolvida devido ao papel multifacetado dos líderes religiosos. Com frequência eles enfrentam uma carga excessiva de responsabilidades, incluindo aconselhamento espiritual, gestão administrativa e financeira, organização de eventos e serviços, além da necessidade constante de estar disponível para a congregação.
Essa ampla gama de tarefas pode levar a um estresse constante e, eventualmente, à chamada síndrome de burnout – um quadro de exaustão que impossibilita a continuidade do exercício profissional (ou, no caso, pastoral).
O estudo The State of Pastors (A Situação dos Pastores, em tradução literal), realizado pela Visão Mundial Internacional e Instituto Barna Group, mostra que 56% dos líderes religiosos sofrem com depressão e 65% se sentem solitários e isolados. Além disso, um em cada três pastores corre risco de esgotamento. Ainda que apenas 24% de todos os pastores afirmem não conhecer nenhum colega afetado por burnout, três em cada quatro (76%) dizem que sabem de pelo menos um colega cujo ministério terminou devido ao esgotamento.
“A síndrome de burnout vem crescendo no meio eclesiástico. Ainda não temos um entendimento sobre como reduzir este impacto”, pondera o psiquiatra Roberto Aylmer, especialista no assunto e também em Gestão da Pressão e Desenvolvimento de Liderança.
Ele acrescenta, no entanto, que é humanamente impossível que uma pessoa seja capaz de pregar com profundidade e fervor, que administre as finanças com compaixão e assertividade, que atue com seus liderados com paciência, tempo e mentoriamento, que tenha tempo para todos os enterros, batizados e casamentos de sua congregação e ainda seja um bom marido, pai presente e cuide de sua saúde física e mental. “O que pedimos dos pastores não parece razoável para um ser humano, mas sim para a Liga da Justiça”.