Igreja Católica dos Estados Unidos pede perdão por “traumas” causados aos indígenas entre 1950 e 1960

Pelo menos 122 sacerdotes, freiras e frades foram acusados de abuso sexual de crianças indígenas norte-americanas
 

Os bispos católicos americanos pediram perdão na última esta sexta-feira (14/6) pelo papel da Igreja nos “traumas” infligidos aos indígenas norte-americanos, sobretudo por ter separado crianças de suas famílias para colocá-las em internatos.

“A Igreja reconhece ter desempenhado um papel nos traumas sofridos pelas crianças indígenas”, assinalou a Conferência Episcopal dos Estados Unidos em comunicado.

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Uma reportagem do jornal Washington Post publicada em maio concluiu que pelo menos 122 sacerdotes, freiras e frades designados em 22 internatos católicos desde a década de 1890 foram acusados de abuso sexual de crianças indígenas norte-americanas.

A maioria dos abusos documentados ocorreu nas décadas de 1950 e 1960 e afetaram mais de 1.000 crianças. A Conferência dos Bispos Católicos dos EUA, que votou pela aprovação do documento, estabelece as regras e políticas da Igreja nos Estados Unidos.

“Pedimos desculpa por não ter conseguido elevar, fortalecer, honrar, reconhecer e valorizar as pessoas confiadas ao nosso cuidado pastoral”, acrescentaram, afirmando que pretendem “quebrar a cultura do silêncio”.

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Durante décadas, os Estados Unidos removeram em massa as crianças nativas americanas dos seus pais biológicos e colocaram-nas em internatos ou em famílias não-nativas americanas. O Congresso norte-americano pôs fim a estas políticas de assimilação forçada com a “Lei do Bem-Estar da Criança Indiana” em 1978.

Nos internatos, as crianças nativas americanas “foram forçadas a abandonar as suas línguas, roupas e costumes”, frisaram os bispos. “A cura e a reconciliação só podem ocorrer quando a Igreja Católica reconhecer o dano causado às suas crianças nativas americanas”, garantiram também, apelando a todos os membros da Igreja para “cooperarem” em qualquer investigação relativa ao seu papel nestes casos.

Em 2022, um relatório do gabinete de assuntos indígenas dos EUA totalizou 408 internatos localizados em 37 estados e territórios dos EUA. Segundo o documento, 84 internatos eram geridos por comunidades ou entidades religiosas católicas.

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