
“A relação entre o governo Lula (PT) e o eleitorado evangélico é praticamente inexistente”. A afirmação é do deputado federal Marcos Pereira, vice-presidente da Câmara, presidente nacional do Republicanos e bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus.
O parlamentar levantou a hipótese de o esfriamento da relação se dever às pautas defendidas pelo governo. “Já houve uma aproximação no passado, mas agora eu diria que houve um distanciamento, não sei explicar o motivo. Talvez sejam as pautas mais ideológicas, mais identitárias, mas não tenho certeza”, afirmou Pereira em entrevista à Carta Capital.
O parlamentar destacou que a iniciativa de aproximação deve partir do governo. “O governo tem instrumentos para poder se aproximar. E me parece que eles estão pensando em algum momento em fazer isso”, ressaltou.
No início deste mês, o deputado federal Marcelo Crivella, do mesmo partido de Pereira (Republicanos) e apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), já havia sinalizado que a bancada evangélica na Câmara dos Deputados precisaria ter “sabedoria” e “manter o diálogo” com o Governo Federal.
Em sua entrevista ao programa Café com Política, da FM O Tempo, Crivella disse que o governo Lula tem se esforçado para tentar conversar com os evangélicos.
“Está na hora de nós, sobretudo evangélicos, termos a sabedoria de manter o diálogo. O Brasil não ganha com animosidade e disposição para guerra. O governo tenta falar com os evangélicos, e eu tenho a impressão de que o tempo vai ajudar para que a gente encontre pacificamente a solução das nossas controvérsias”, afirmou o deputado.
Apesar de o governo ter ensaiado várias tentativas de se aproximar do público evangélico, eventos recentes como a suspensão dos benefícios previdenciários nos salários dos pastores, feita pela Receita Federal, e as falas de Lula comparando os ataques de Israel contra o Hamas ao holocausto aumentaram a altura do muro que separa o presidente e a comunidade evangélica. (Com informações da Carta Capital).