
Em sua segunda viagem internacional desde que se tornou presidente da Argentina, Javier Milei pousou nesta terça-feira, 6/2, em Israel, onde confirmou seus planos de transferir a embaixada argentina de Tel-Aviv para Jerusalém. O libertário também anunciou que já tem pronto um decreto para caracterizar o Hamas como grupo terrorista.
“Obviamente que é meu plano mudar a embaixada para Jerusalém ocidental”, disse o mandatário quando o ministro israelense de Relações Exteriores, Israel Katz, o recebeu no aeroporto Ben Gurion, perto de Tel-Aviv. Milei se reuniu com o seu homólogo israelense, Isaac Herzog, nesta terça e deve se encontrar com o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu nesta quarta, 7/2.
Segundo o jornal argentino Clarín, citando pessoas próximas de Milei, ainda não há uma data definida para a mudança, mas o presidente espera, com o gesto, demonstrar “apoio ao povo de Israel e defender a legítima defesa do Estado israelense frente aos terroristas do Hamas”.
O gabinete de Netanyahu recebeu com satisfação o anúncio, que é considerado um apoio diplomático à reivindicação israelense sobre Jerusalém como sua capital indivisível.
O Hamas, mergulhado desde outubro em um guerra contra Israel em Gaza, território que governa desde 2007, reagiu ao anúncio condenando “energicamente” os planos do presidente argentino. “Seria um desrespeito aos direitos humanos do nosso povo palestino à sua terra, e uma violação às normas do direito internacional, considerando Jerusalém terra palestina ocupada”, afirmou o Hamas.
Atualmente, a embaixada argentina se encontra em Herzliya, perto de Tel-Aviv, onde se localiza a maioria das representações diplomáticas.
Se Milei cumprir sua promessa, a Argentina se tornaria um dos poucos países que têm sua principal missão diplomática em Jerusalém, ao invés de Tel-Aviv.
Os Estados Unidos mudaram a sua para a cidade em 2018 sob a presidência de Donald Trump após reconhecer a cidade como capital de Israel. Na época, o presidente Jair Bolsonaro sinalizou sua intenção de fazer o mesmo com a embaixada brasileira, mas a mudança nunca ocorreu.
As Nações Unidas concederam em 1947 um status internacional especial para Jerusalém dada a sua importância para judeus, cristãos e muçulmanos. Mas a cidade ficou dividida depois da guerra que ocorreu após a criação do Estado de Israel em 1948.