
A denúncia por lesão corporal feita pela apresentadora de TV, Ana Hickmann, sofrida pelo seu marido Alexandre Correa, no último sábado, 11/11, trouxe novamente à tona o tema sobre a violência doméstica. Um grave problema que não vê classe social, raça, gênero ou religião. Só no primeiro semestre deste ano, o Brasil registrou 722 casos de feminicídios e 34 mil casos de mulheres estupradas, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
E nem as mulheres da igreja estão livres. O Núcleo de Defesa e Convivência da Mulher Casa Sofia (São Paulo) revelou que 40% das denúncias de violência psicológica, moral, patrimonial ou física foram feitas por mulheres evangélicas.
“A violência doméstica independente de classe, cultura ou religião. Ela está presente nas suas várias formas e em todas as camadas da sociedade”, alerta o pastor Emerson Mafessoni, que é terapeuta familiar e sexual e sexólogo.
Apesar de também haver mulheres agressoras, na grande maioria dos casos são os homens que praticam a violência contra as suas parceiras. O sexólogo afirma que isso se deve a cultura machista do país e ao enfraquecimento dos verdadeiros valores masculinos.
“Entre os motivos que tornam os homens agressores estão: desemprego, machismo cultural (muitos acreditam que a mulher é uma propriedade), drogas, entre outros fatores. Falta educação e principalmente o resgate da masculinidade do ponto de vista bíblico. Quanto mais debilitado emocionalmente for o homem, mais em perigo estarão as mulheres”, afirma Mafessoni.
De acordo com o pastor, é fundamental a igreja não se eximir desse processo. “As igrejas têm um papel fundamental em informar, educar, trazer o assunto à pauta. Muitos nem sabem quais os tipos de violência são discriminados por lei hoje. Nunca deve se aceitar essa prática”, orienta.
Aliás, para tentar ajudar os homens cristãos a resgatarem seus valores, o pastor Mafessoni “Escola de Homens”, um ministério exclusivo voltado ao evangelismo, discipulado e mentoria de homens.
“Meu trabalho visa o combate à violência doméstica, sexual, o consumo da pornografia, o resgate da paternidade bíblica, assim como resgatar a importância, o papel, a missão e a responsabilidade masculina em uma época em que o masculino sendo perseguido. Homens de verdade têm sob os seus ombros a proteção, o provimento e o sacerdócio. Sem isso, dificilmente a violência nos lares reduzirá”, conclui.
Para denunciar qualquer tipo de violência doméstica:
– Disque 180;
– Sigiloso, gratuito e funciona 24h por dia;
– Orienta mulheres em situação de violência, direcionando-as para os serviços especializados da rede de atendimento;
– Informa sobre os direitos da mulher, a legislação vigente sobre o tema e a rede de atendimento e acolhimento de mulheres em situação de vulnerabilidade.