
Pastores mobilizam igrejas para prestigiarem o filme americano
Protagonizado por Jim Caviezel, de “A Paixão de Cristo”, o suspense – que é líder em todos os países da América Latina e acumula mais de 182 milhões de dólares nas bilheterias dos Estados Unidos – é baseado em uma história real e acompanha o ex-agente especial do Governo Americano Tim Ballard, que embarca em uma missão arriscada para resgatar crianças vítimas de tráfico infantil. Na Colômbia, Ballard decide deixar seu cargo no Governo para seguir em busca da quadrilha em sua jornada que, agora, se torna pessoal.
Conforme o radialista e promotor do filme nos cinemas de Manaus e Boa Vista-RR, Adenilson Santos, a produção americana já foi assistida por mais de 16 mil espectadores com público majoritariamente cristão. Aliás, o protagonista do filme é cristão e seus princípios serão fundamentais para fortalecê-lo durante a jornada em defesa das crianças e adolescentes. “Uma história de fé e coragem”, diz o promotor.

No filme, mesmo sem nunca ter levado nenhuma das crianças de volta para os seus lares, Ballard, vê a possibilidade de mudar o foco do seu trabalho e, logo em sua primeira missão, é bem-sucedido e acaba recuperando o pequeno Miguel (Lucás Ávila, “Enfermeras”), devolvendo-o ao seu pai, Roberto (José Zúñiga, “Crepúsculo”).
No entanto, a irmã de Miguel, Rocío (Cristal Aparicio, “Perdida”), que foi sequestrada junto com ele, continua desaparecida, o que leva Ballard, um homem casado e pai de cinco filhos, a se colocar no lugar de Roberto e passar a dedicar os seus próximos passos ao resgate da garota e outras tantas crianças, vítimas de tráfico sexual internacional.
Com orçamento estimado em US$ 14,5 milhões, a produção arrecadou mais de US$ 180 milhões nos cinemas dos Estados Unidos, chegando a superar filmes da franquia “Indiana Jones e a Relíquia do Destino” e “‘Missão: Impossível – Acerto de contas Parte 1” no país.
CONTROVERSO – Segundo a revista “Time”, a distribuidora do filme, Angel Studios, nega que “Som da Liberdade” seja político ou tenha ligação com o grupo conspiratório. “Qualquer um que tenha visto o filme sabe que não é sobre teorias conspiratórias”, afirmou o presidente-executivo, Neal Harmon.
“A partir do momento que assistimos esse filme, que teve uma grande repercussão nos EUA, nós abraçamos a ideia e começamos a usar as redes sociais para atrair o público cristão, que tem a figura da família como bandeira” (Pr. Israel Carvalho)
Originalmente programado para ser distribuído pelos estúdios 20th Century Fox, o acordo foi cancelado quando a Disney comprou a empresa em 2019. Os produtores puderam comprar novamente os direitos, adquiridos pelo Angel Studios, especializado em produções pequenas.
Pastores comentam o filme
Para o pastor Israel Carvalho, da Igreja Assembleia de Deus Ministério de Madureira, em Manaus, o filme tem algo diferente comparado a outras produções exibidas nos últimos tempos, “pois mostra a realidade do que acontece, infelizmente, até próxima de todos nós”.
Ainda conforme o pastor assembleiano, o tema é pouco explorado e divulgado, uma vez que se trata de pautas relacionadas a valores destruidores da família, como a pedofilia e o tráfico de crianças. “É muito bom ver o povo saindo do cinema com a sensação de reflexão”, completa.
Na opinião do pastor Sérgio Cavalcante, da Igreja Filadélfia do Amazonas, a produção cinematográfica aborda um tema pertinente às comunidades evangélicas. “Muitas pessoas chegam nas nossas igrejas com um passado traumático por conta dos abusos e dores emocionais relativas a esses transtornos. No filme, creio que Deus desperta as pessoas para essa realidade”.