Exercícios militares da China em Taiwan: há algum papel no fim dos tempos?

Exercícios militares foram realizados pela China próximo a Taiwan. (Foto: Captura de Tela/CNN)

Depois que Taiwan recebeu a visita da presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a China iniciou exercícios militares em seis áreas que circundam a ilha nesta quinta-feira (4).

A visita de Pelosi a Taiwan foi encarada pela China como uma grande provocação, já que Pequim considera a ilha um território chinês. Por outro lado, Taiwan destaca que nunca fez parte da China e que já é uma nação soberana, sem precisar declarar independência. 

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Enquanto imagens de mísseis e projéteis sendo lançados pelo Exército chinês causam temores, surge a questão: a crise entre China, Taiwan e Estados Unidos pode escalar globalmente?

Nesta quinta, a China realizou seu maior exercício militar próximo a Taiwan: foram lançados 11 mísseis balísticos e foram mobilizados 27 aviões de guerra chineses na zona de defesa aérea taiwanesa.

Por que os exercícios militares da China preocupam?

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Os exercícios com munição real são um teste da capacidade militar sob condições semelhantes a uma guerra real — a intenção seria mostrar o nível de força que da China contra Taiwan, se Pequim decidisse assumir o controle da ilha.

Segundo o The Guardian, muitos especialistas concordam que nem os EUA, nem a China, têm apetite para que a tensão se transforme em guerra.  

De acordo com Justin Bassi, diretor executivo do Instituto Australiano de Política Estratégica, os exercícios militares da China provavelmente são realizados para evitar a escalada dos EUA.

Blake Herzinger, especialista em política de defesa do Indo-Pacífico, disse que os EUA têm sido muito cuidadosos em não expressar apoio à independência de Taiwan, já que essa é a “linha vermelha” da China.

“No envolvimento dos EUA com Taiwan, eles sempre têm o cuidado de garantir o equilíbrio certo entre apoiar Taiwan, mas sem encorajar Taiwan a fazer algo que possa causar um conflito maior”, disse ele.

Amanda Hsiao, analista sênior da China no Crisis Group, disse que, embora a escalada militar da China seja preocupante, não é uma resposta inesperada.

“Pequim está claramente tentando expressar suas objeções resolutas à visita de Pelosi”, disse ela. “Acho que a intenção dos exercícios militares é provavelmente manter a postura e uma demonstração de força militar”.

O jornal chinês Global Times afirmou na quarta-feira que os exercícios visam mostrar que os militares da China são “capazes de bloquear toda a ilha”.

O que está em jogo para o presidente da China?

Desde que Xi Jinping chegou ao poder, em 2012, ele deixou claro que a reunificação com Taiwan está no topo de sua agenda. No entanto, alguns especialistas acreditam que sua resposta à visita de Pelosi está mais ligada a sua afirmação de poder dentro de seu país.


18º Congresso Nacional do Partido Comunista da China. (Foto: Wikimedia Commons)

Diversos protestos têm sido realizados na China devido a uma desaceleração econômica no país, resultado da rígida política de zero contra a Covid-19 e os longos lockdowns.

“Quando se trata da visita de Pelosi, talvez seja uma oportunidade para Xi Jinping desviar as lentes das questões domésticas e se concentrar no exterior como um método de distração”, disse Jennifer Hsu, pesquisadora do Lowy Institute da Austrália.

“Xi se projeta como o protetor da soberania e integridade territorial da China, da qual Taiwan é parte central”, disse Jade Guan, especialista em política externa da China na Universidade Deakin. “O governo de Xi não pode se dar ao luxo de parecer fraco diante [do Congresso Nacional da China].”

A China tem um papel no fim dos tempos?

Muitos estudiosos das profecias bíblicas acreditam que a Apocalipse faz uma possível referência a China em Apocalipse 16:12-16:

“O sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates, e secaram-se as suas águas para que fosse preparado o caminho para os reis que vêm do Oriente.
Então vi saírem da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs.
São espíritos de demônios que realizam sinais miraculosos; eles vão aos reis de todo o mundo, a fim de reuni-los para a batalha do grande dia do Deus todo-poderoso.
“Eis que venho como ladrão! Feliz aquele que permanece vigilante e conserva consigo as suas vestes, para que não ande nu e não seja vista a sua vergonha”.
Então os três espíritos os reuniram no lugar que, em hebraico, é chamado Armagedom.”

A passagem bíblica prevê um grande conflito conhecido como a Batalha do Armagedom, que para muitos, ocorrerá no final da tribulação, após o julgamento da sexta taça.

Muitos associam a menção dos “reis do Oriente” à China, indicando a possibilidade do Exército chinês, ou uma aliança liderada por chineses, aproveitar a remoção de uma barreira natural e avançar para o oeste, para se juntar às forças do Anticristo.

Segundo essa interpretação, quando a China se juntar aos exércitos do Anticristo, o julgamento da sétima e última taça será derramado. O Senhor Jesus voltará, o terremoto mais violento de todos os tempos sacudirá o mundo, e as forças do Anticristo e os exércitos do Oriente serão destruídos (Apocalipse 16:17–20; 19:11-21).


Exercícios militares foram realizados pela China próximo a Taiwan. (Foto: Captura de Tela/CNN)

O ministério Got Questions diz que é impossível saber com certeza se a aliança oriental do fim dos tempos seja a China; no entanto, parece provável que a China esteja envolvida nessa aliança. 

“Nos últimos anos, houve um aumento dramático no poder e na influência da China. O desenvolvimento de uma enorme força militar; a intimidação de Hong Kong, Tibete, Taiwan e outras regiões; a busca do domínio econômico global; a retórica agressiva no cenário mundial; e, claro, a perseguição aos cristãos chineses — tudo isso tem sido característico da China. Não é difícil imaginar que os ‘reis do Oriente; que um dia marcharão para Israel incluirão a China”, diz o site.

Na quarta-feira (3), a autora Jennifer LeClaire, conhecida por seu ministério profético e de intercessão, disse ao site Charisma News que Pelosi “está cutucando o dragão”.

“Ela está realmente cutucando um principado. Isso desencadeará uma guerra fria total entre a China e os EUA? Ou a China está apenas cuspindo fogo? Precisamos orar. E precisamos entender que há uma agenda maior aqui”, disse ela.

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