Suprema Corte dos EUA já teria formado maioria contra o aborto, diz jornal

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As políticas públicas e escolhas de indicações à Suprema Corte dos Estados Unidos feitas durante o governo do presidente Donald Trump podem ter seu maior efeito prático em voga em breve: relatos indicam que o maior tribunal do país já teria formado maioria para derrubar o direito ao aborto.

Há quase 50 anos, a Suprema Corte legalizou o aborto nos Estados Unidos com sua decisão no caso conhecido como “Roe versus Wade“, reformulando o cenário social e político do país.

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Agora, veículos de imprensa nos Estados Unidos vêm repercutindo um artigo que dizia que a Suprema Corte havia votado em particular para derrubar a decisão, de acordo com informações do jornal The New York Times.

Em 22 de janeiro de 1973, estabeleceu-se o direito ao aborto nos Estados Unidos a partir de uma votação decidida em 7×2. O juiz Harry A. Blackmun foi o autor do relatório que decidiu a favor de “Roe”, um pseudônimo da mulher que queria fazer um aborto e foi à Justiça com ajuda de duas advogadas feministas.

O caso se tornou um precedente jurídico estabelecido pela Suprema Corte como um direito constitucional ao aborto. A decisão derrubou leis em muitos estados que proibiam o aborto, declarando que eles não poderiam proibir o procedimento antes do ponto em que um feto pudesse sobreviver fora do útero.

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Esse ponto, conhecido como viabilidade fetal, foi definido por volta de 28 semanas. Hoje, por causa de melhorias na medicina, a maioria dos especialistas na área estimam a viabilidade fetal em cerca de 23 ou 24 semanas.

A autora da ação, tratada pelo pseudônimo “Roe” era Norma McCorvey, que em 1970 tinha 22 anos e estava grávida de cinco meses de seu terceiro filho e queria fazer um aborto.

Duas advogadas de Dallas, no estado do Texas, chamadas Sarah Weddington e Linda Coffee, a representaram ao desafiar a lei estadual que proibia o aborto, com exceção dos casos em que o procedimento seria usado para salvar a vida de uma mãe.

Para que a autora da ação não fosse exposta, as advogadas usaram o pseudônimo Jane Roe. Ela morreu em 2017 aos 69 anos. Já “Wade” refere-se ao réu, Henry Wade, que era o promotor público do condado de Dallas. Wade morreu em 2001 aos 86 anos.

Desde então, o caso “Roe versus Wade” estabeleceu os parâmetros de políticas públicas nos EUA sobre a prática do aborto nos três primeiros meses da gestação, resultando em dezenas de milhões de abortos parcial ou totalmente financiados pelo governo.

A decisão da Suprema Corte proibiu que estados exercessem qualquer limitação no primeiro trimestre da gravidez, permitiu limitações no segundo trimestre que fossem voltadas à proteção da saúde das mães, e permitiu que leis de proibição ao aborto fossem aprovadas em relação ao terceiro trimestre da gravidez, com exceções para a proteção da saúde das mães e seus filhos.

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