Alteração do sono, impulsividade e distúrbio de aprendizado; prejuízos do excesso de telas para crianças

Conheça os malefícios da exposição a celulares e televisores por crianças e adolescentes: pais precisam limitar e gerenciar o acesso a esses aparelhos

O universo virtual proporciona muitas possibilidades de conhecimento, entretenimento e comunicação. Quando o assunto envolve crianças, entretanto, os pais precisam ficar atentos e vigilantes.

O levantamento do Comitê Gestor da Internet no Brasil, divulgado em 2023, revela que 95% das crianças e dos adolescentes de 9 a 17 anos em todo o Brasil estão conectados à internet, totalizando mais de 25,1 milhões de pessoas nessa faixa etária. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua sobre Tecnologia da Informação e Comunicação (Pnad/TIC), divulgada pelo IBGE em novembro de 2023, aponta que, no país, aproximadamente 85% das crianças de 10 a 13 anos acessaram a internet em 2022.

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Em pleno século 21, eliminar completamente a tecnologia – seja ela passiva, como a TV, ou ativa, como games e redes sociais – da vida humana é praticamente impraticável, mas a psicóloga Flávia Luz Vaz considera legítima a opção de famílias que mantêm os filhos, em boa parte da infância e da adolescência, sem acesso a telas. “É possível viver sem ou com tecnologia de maneira equilibrada”.

A especialista destaca que os pais precisam limitar, gerenciar e controlar esse acesso. Isso porque crianças e adolescentes ficam expostos a um universo de possibilidades. “É uma questão de proteção e responsabilidade dos adultos”, pontua a psicóloga, acrescentando que há linguagens, comportamentos e termos inadequados para essas faixas etárias, além de valores que podem não estar de acordo com os da família.

Flávia orienta que crianças com menos de dois anos não tenham acesso a telas, mesmo que seja de modo passivo. “Elas estão na fase da primeira poda neural da estruturação do cérebro”. Entre dois e quatro anos, Flávia recomenda no máximo uma hora de tela, sempre com supervisão. “De cinco a 11 anos, esse tempo pode se estender a duas horas. A partir dos 13, 14 anos, eles estão mais aptos a utilizar o telefone, mas ainda com supervisão”.

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>> ‘A criança digital’ >> Você quer que seu filho na fase adulta tenha todas as aptidões necessárias para relacionamentos fortes? O treinamento necessário não está nos celulares nem nos tablets. “Não existem aplicativos nem videogames capazes de substituir os relacionamentos pessoais com outros seres humanos”, pontuam Gary Chapman e Arlene Pellicane, no livro “A Criança Digital”. Segundo eles, as habilidades sociais precisam ser praticadas na vida real, em família. “O lugar ideal para uma criança aprender a ser sociável é em casa, onde a mãe ou o pai pode ser exemplo amável de como são os relacionamentos saudáveis”.

Os autores observam, ainda, que as telas não são o problema, mas, sim, a frequência com que são utilizadas. “Que atividade preenche o tempo livre de seu filho? Uma coisa é reunir a família diante da televisão para assistir a uma série. Trata-se de um tempo intencional diante da tela que pode aproximar ainda mais a família. Outra coisa é clicar de canal em canal, aleatoriamente, dia após dia. Esse tempo não programado tende a ser desperdiçado e tornar-se influência negativa”.

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